A promessa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais está mais próxima de se concretizar.
No dia 18 de março de 2025, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional um Projeto de Lei que altera significativamente a forma como os brasileiros serão tributados a partir de 2026.
Mas afinal, quem será beneficiado por essa nova proposta? Quais as mudanças para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil? E como ficará a tributação sobre as altas rendas?
Neste artigo, a equipe da Logos Contabilidade Digital explica tudo que você precisa saber sobre o projeto, os impactos esperados e os cuidados que os contribuintes devem ter com a transição das regras.
O que diz o Projeto de Lei sobre a nova isenção do IR?
O texto apresentado pelo governo propõe que, a partir de 2026, pessoas físicas com rendimento mensal de até R$ 5 mil fiquem totalmente isentas do pagamento do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).
Hoje, a isenção vai até R$ 2.259,20. Portanto, se o projeto for aprovado como está, a nova medida mais que dobra o valor da faixa de isenção, gerando um impacto direto no bolso de milhões de trabalhadores, autônomos e aposentados.
Essa proposta representa a maior reformulação da tabela do IR desde 1996.
Quantas pessoas serão beneficiadas?
De acordo com o Ministério da Fazenda, cerca de 10 milhões de contribuintes passarão a ser isentos com a nova regra.
Somando-se aos que já foram beneficiados pelas alterações feitas em 2023 e 2024, o total de pessoas isentas pode chegar a 20 milhões.
Além disso:
- 90% dos brasileiros que hoje pagam IR estarão na faixa de isenção total ou parcial;
- 65% das pessoas que hoje declaram Imposto de Renda não pagarão mais nada.
Ou seja, a medida atinge diretamente a classe média e tem potencial de aumentar o poder de compra de boa parte da população.
Como fica para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil?
Para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês, o projeto prevê uma isenção parcial, com descontos progressivos que diminuem à medida que a renda aumenta.
Veja na tabela abaixo um resumo divulgado pelo Ministério da Fazenda:
| Renda Mensal | Desconto (%) | Imposto Estimado (sem desconto) | Imposto a Pagar (com desconto) |
| R$ 5.000 | 100% | R$ 312,89 | R$ 0,00 |
| R$ 5.500 | 75% | R$ 436,79 | R$ 203,13 |
| R$ 6.000 | 50% | R$ 574,29 | R$ 417,85 |
| R$ 6.500 | 25% | R$ 711,79 | R$ 633,57 |
| R$ 7.000 | 0% | R$ 849,29 | R$ 849,29 |
Essa faixa de transição entre R$ 5 mil e R$ 7 mil garante que o impacto da nova regra seja mais equilibrado, beneficiando também quem tem rendimentos ligeiramente acima do novo limite de isenção total.
Quanto os trabalhadores vão economizar por ano?
Os impactos são significativos. Veja alguns exemplos reais de economia anual estimada com base nos salários:
- Motorista com salário de R$ 3.650,66: economia de R$ 1.058,72/ano;
- Professora com salário de R$ 4.867,77: economia de R$ 3.970,07/ano;
- Autônomo com rendimento mensal de R$ 5.450,00: economia de R$ 3.202,44/ano;
- Enfermeira com salário de R$ 6.260,00: economia de R$ 1.821,95/ano.
Esses valores representam um alívio real no orçamento de milhares de famílias brasileiras e podem impulsionar o consumo, impactando positivamente a economia.
Tributação mínima para altas rendas: o que muda?
Para compensar a perda de arrecadação estimada em R$ 27 bilhões por ano, o governo propõe uma tributação mínima para rendas superiores a R$ 600 mil por ano — ou R$ 50 mil mensais.
Esse novo modelo de tributação terá alíquotas progressivas que chegam até 10% para quem recebe acima de R$ 1,2 milhão ao ano.
Como funciona?
- Soma-se toda a renda do contribuinte no ano (salário, aluguéis, dividendos, etc.);
- Se a soma for superior a R$ 600 mil e o imposto pago for inferior à alíquota mínima esperada, o contribuinte pagará a diferença;
- A alíquota leva em conta o que já foi pago — se o contribuinte já tiver pago IR acima da alíquota mínima, não será cobrado novamente.
👉 Exemplo: Um contribuinte que ganhou R$ 1,2 milhão em 2025 e pagou apenas 8% de IR, terá que complementar com 2% para atingir a alíquota mínima de 10%.
A medida representa justiça tributária?
Sim. A proposta do governo busca corrigir uma distorção do sistema atual: as pessoas mais ricas acabam pagando, proporcionalmente, menos impostos que a classe média, especialmente por meio das isenções sobre dividendos e rendimentos não tributados.
Segundo dados da Receita Federal, alguns contribuintes que recebem mais de R$ 600 mil por ano pagam, em média, apenas 2,54% de IR, graças às brechas da legislação. A nova tributação mínima visa aumentar a equidade fiscal, sem sobrecarregar ainda mais os trabalhadores que já têm IR retido na fonte.
Quando as novas regras entram em vigor?
O projeto de lei ainda precisa passar por:
- Análise e votação nas comissões da Câmara dos Deputados;
- Aprovação no plenário da Câmara;
- Posterior tramitação e votação no Senado Federal;
- Sanção presidencial.
Mesmo que aprovado ainda em 2025, as mudanças só passam a valer em 2026, respeitando o princípio da anterioridade tributária (mudanças em impostos só valem no ano seguinte à aprovação da lei).
Se a tramitação for atrasada e o projeto só for sancionado em 2026, a vigência seria adiada para 2027.
Conclusão: o que esperar da nova proposta de isenção?
A proposta de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil é uma medida ambiciosa, que beneficia diretamente trabalhadores, autônomos e pequenos empreendedores, ao mesmo tempo em que impõe mais responsabilidade tributária para quem ganha muito mais.
Se aprovada, a medida vai trazer:
- Mais justiça fiscal;
- Redução de desigualdades;
- Mais poder de compra para famílias;
- Reorganização da tributação de forma mais progressiva.
📌 E você? Já sabe como se preparar para essa mudança?
A Logos Contabilidade Digital pode te ajudar a revisar seu enquadramento, planejar sua próxima declaração de IR e aproveitar todas as vantagens possíveis com o novo cenário tributário.
